LATAM acusa GOL de espionagem industrial
A Companhia aérea LATAM respondeu acusações feitas pela Gol de que estaria adotando “ações predatórias” para obter parte de sua operação a partir de aviões, arrendadores de aeronaves e pilotos. Em objeção apresentada à Justiça americana nesta sexta-feira, a companhia aérea afirmou tratar-se de “especulações infundadas” e pediu que a moção de emergência da Gol seja negada.
Na quinta-feira, a Gol entrou com um pedido no Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York para que a Latam seja obrigada a apresentar, em cinco dias, todas as informações e documentos sobre movimentações que adotou para “adquirir aeronaves e funcionários da Gol”. A empresa, que passa por recuperação judicial nos EUA, pediu ainda que CEOs e executivos da Latam fossem intimados e prestassem esclarecimentos perante a justiça dos EUA.
Em audiência marcada para hoje, segunda-feira, avaliará o pedido de moção de emergência. Nas respostas apresentadas ao Tribunal, a Latam acrescenta que ainda estaria disposta a cooperar com a Gol de forma voluntária e fornecer documentos para demonstrar que não tentou obter controle das aeronaves da concorrente.
A Latam argumentou que todas as justificativas apresentadas pela Gol são infundadas, “tanto factual quanto legalmente”. Os advogados da empresa acrescentam que sequer “um único caso relevante” é citado como evidência. Também alegam que a moção busca interferir nos negócios da Latam e que a Gol, com o requerimento, tem o objetivo de “obter informações comerciais confidenciais” sobre os planos de frota da Latam.
“As alegações infundadas dos Devedores (a Gol) contra a Latam baseiam-se em uma premissa falsa: que a Latam está buscando “seus” aviões dos “seus” arrendadores e tentando contratar “seus” pilotos. Isso é pura especulação e está incorreto”, afirma a empresa, que acrescenta que poderá reivindicar reparação pelo que chama de conduta difamatória da GOL.
A disputa jurídica acontece em um momento em que o mercado de aviação passa por uma escassez no fornecimento de aviões e motores. A GOL tem como estratégia operar exclusivamente com aviões do modelo Boeing,, que não fazem parte, atualmente, da frota da LATAM.