Quanto custa, de verdade, tirar o visto americano em 2025

Novas taxas anunciadas pelo governo dos EUA encarecem tirar o visto de entrada, veja o que muda e seus respectivos valores reais.

1. A conta começa (e encarece) no guichê

O governo dos EUA aprovou em julho a “Visa Integrity Fee” de US$ 250 para todos os vistos não imigrantes – inclusive o B-1/B-2 de turismo e negócios. Ela se soma à taxa consular de US$ 185, em vigor desde 2023, e ao novo formulário de registro de entrada (I-95) de US$ 24. Resultado: US$ 459 por solicitante. Ainda não a data oficial do início da cobrança.

Com o dólar turismo oscilando entre R$ 5,48 e R$ 5,65 nas últimas semanas, o desembolso em reais gira em R$ 2.550 a R$ 2.600 apenas em taxas.

2. A fatura para quem mora longe dos consulados

O Brasil dispõe de postos de entrevista em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife. Se você vive fora dessas capitais, o “bate-e-volta” pode custar quase tanto quanto uma passagem internacional. Veja um cenário realista para Salvador ⇄ São Paulo (valores mínimos pesquisados para 2025).

Item Custo médio(R$) Fonte
Aéreo ida e volta 750 Skyscanner
1 diária hotel 3* 400 cotação Booking (jun/25)
Transporte local (app + metrô) 120 estimativa SPTrans
Alimentação 1 dia 150 Abrasel (ticket médio

Subtotal logístico: R$ 1.420

Some as taxas de visto (≈ R$ 2.550) e o processo já passa de R$ 4 mil por pessoa. Moradores do Norte/Nordeste que precisem pernoitar duas noites ou voar de cidades menores podem ver esse total chegar a R$ 5 mil.

3. Outros entraves que pesam no bolso – e na decisão de viajar

  1. Prazo de agendamento: Picos de espera de 120 dias em SP e 90 dias no RJ desestimulam viagens de última hora.
  2. Risco de recusa: a entrevista continua obrigatória para a maior parte dos solicitantes; a negativa não devolve as taxas.
  3. Câmbio volátil: cada variação de R$ 0,10 no dólar acrescenta ~R$ 46 ao custo do visto.
  4. Seguro médico obrigatório por algumas operadoras de cruzeiro: mais US$ 80–150.
  5. Concorrência de destinos “visa-free” (Europa, Turquia, Emirados) com pacotes mais baratos e sem burocracia.

4. O impacto para o trade de turismo

Operadoras brasileiras reportam queda de até 18 % nas consultas para roteiros aos EUA desde o anúncio da nova tarifa. Para 2026 – ano da Copa do Mundo –, a US Travel Association projeta perda de US$ 12,5 bi em receitas se o fluxo continuar em declínio segundo a Bloomberg Línea Brasil.

5. Dicas de ouro para não desperdiçar dinheiro

  • Planeje a entrevista junto a outros compromissos (feiras, eventos familiares) para diluir custos.
  • Use programas de milhas: resgates em cabines domésticas reduzem o impacto do aéreo.
  • Considere bate-e-volta nas rotas com voos frequentes (Rio ↔ SP), evitando hotel.
  • Documente vínculos financeiros antes de pagar a taxa: quanto mais provas, menor risco de recusa cara.
  • Orce o visto no câmbio futuro; algumas casas de câmbio permitem travar a cotação com 30 dias de antecedência.

Conclusão

Com a nova fee de US$ 250, o “passaporte” para a Disney ficou 44 % mais caro do que em 2022. Para quem mora fora dos cinco consulados, o visto pode consumir até metade do orçamento de uma viagem curta aos EUA. A palavra de ordem é antecipação – de documentos, datas e finanças – para que seu sonho americano não se perca no câmbio… nem na fila do consulado.

Outro lado a ser levado em consideração, reafirmo novamente, é que o fato de fazer entrevista não garante o visto e se prepare para ter vistoria das suas redes sociais.

C.Turismo

colunadeturismo@gmail.com