Motivos que tiraram a ITA do mercado; opinião
Ontem em sucinto comunicado à imprensa a Itapemirim Linhas Aérea, ITA, deixo de voar, segundo a empresa temporariamente. Nada é de uma dia para outro, sempre se trata de diferentes situações uma encadeada na outra que por fim provocam o desmoronamento da empresa.
- Os salários dos empregados e benefícios como vale-refeição e transporte também vinham atrasando com frequência. Em dezembro, a empresa parcelou o pagamento dos trabalhadores. Falta de pagamento da folha salarial sempre é falta de fluxo de caixa. Segundo o sindicato SNA aconteceram situações em que colaboradores não tinham dinheiro nem para pegar o transporte e ir trabalhar.
- Fornecedores batendo na porta com contas a receber em atraso. Neste caso, fornecedores de peças, e agentes de viagens com comissionamentos à receber.
- Cancelamento de voos repentinamente antes do desfecho de ontem. Conversamos com operadores de turismo ontem a noite, e estes nos reportaram a desconfiança do mercado com a ITA. Acharam muito significativo que “as coisas” não iam bem o fato de cancelarem voos regulares para as aeronaves atender demanda de finais esportivas em Montevidéu. Ou seja, deixaram de lado a consolidação e focaram o imediatismo.
- O grupo Itapemirim enfrenta longo processo judicial com dívidas acumuladas em torno de R$ 2.5 Bilhões. Inclusive com pedidos de falência por parte de credores.
No popular, “o peixe já está vendido”, mas, ficam considerações. Funcionários foram convidados a abandonar os postos de trabalho e a vestir roupas extra farda para sair dos aeroportos. Ninguém ficou para dar explicações a respeito de voos cancelados no diversos Estados do Brasil onde operava a ITA. Se comenta que existem 40 mil bilhetes já emitidos e que não serão honrados, isto em plena alta estação. Verdadeira irresponsabilidade.
Este comportamento deixa claro que se trata de uma empresa que não é do setor de turismo, nunca quis ser e nunca será. Já vi falências de Varig, Avianca Brasil, Transbrasil, Rio Sul, Nordeste, operadoras, hotéis, agências, enfim, faz parte da economia de mercado. Mas sempre houve uma preocupação com o cliente, nem sempre atendidos a contente mas sempre houve lisura e empenho.
Achei, após analisar o comportamento empresarial, interessante a palavra “temporariamente” que está no sucinto e nada explicativo comunicado da ITA. Significa que pretendem retornar as operações.
A ITA terá a confiança do consumidor e do trade para reatar as operações?
Você compraria um bilhete da ITA?





