Vale do São Francisco se consolida na produção de espumantes

A chegada da estação mais quente do ano no Brasil influencia nos hábitos de consumo dos brasileiros, ou seja, pratos e bebidas mais leves e refrescantes acabam sendo mais procurados durante o verão. Para os amantes das bebidas alcoólicas, a cerveja, os drinks e os destilados no geral precisam ser servidos em temperaturas baixíssimas ou com bastante gelo. Uma outra opção que muitas pessoas acabam achando que só pode ser consumida em festas ou ocasiões especiais, mas que combina perfeitamente com o verão, são os espumantes.

O espumante é um vinho que por conta do processo de fermentação adicional apresenta gás carbônico, que resulta em sua principal característica, que são as borbulhas. “O espumante é leve no paladar, tem um perfil frutado e é servido gelado, além de ser uma bebida apreciada por consumidores de diferentes idades e gostos por ser de fácil aceitação”, explica Ricardo Henriques, enólogo da Rio Sol.

Apesar da história do espumante ter começado na França, no século XVII, e a produção de espumantes ter começado no Brasil em 1913, no Rio Grande do Sul, uma região do país que para muitos pode até parecer improvável, mas que é um local estratégico para produzir espumantes, é o Vale São Francisco, no Nordeste.

“O Vale do São Francisco é uma das únicas regiões vinícolas do mundo localizada fora da zona temperada, o que faz com que o seu terroir destoe das tradicionais fronteiras vitícolas. Suas condições climáticas e o clima tropical semiárido favorecem a produção de uvas de qualidade e possibilita a vinificação quase toda semana”, diz Henriques. Por suas características únicas, os espumantes produzidos no Vale do São Francisco se destacam pela leveza, acidez, jovialidade e frescor.

Outro diferencial da região é que na maior parte do mundo o ciclo da videira dura aproximadamente um ano, e no Vale do São Francisco aproximadamente 6 meses, o que resulta em duas safras anuais, num ciclo contínuo de produção. Além de terem caído nas graças dos brasileiros, os espumantes do semiárido brasileiro também estão ganhando destaque, ano após ano, sendo premiados em diversos concursos renomados.

O Espumante Rio Sol Brut Branco, por exemplo, recebeu medalha Grande Ouro no 23° Concurso Vinhos e Destilados do Brasil em 2023, considerado um dos mais prestigiados concursos do Brasil. Equilibrado, possuindo boa acidez, com ligeiro toque de frutos secos. E engana-se quem pensa que um espumante premiado precisa ter um preço exorbitante.

“As pessoas costumam achar que espumante bom é aquele importado e caro, o que é um grande equívoco, já que existem marcas nacionais que produzem bebidas de altíssima qualidade e com preços acessíveis. O preço dos nossos espumantes geralmente não ultrapassa o valor de R$ 50”, declara Henriques. Entre as principais uvas do Vale do São Francisco estão a Syrah, Moscato Canelli e Arinto.

Por conta das características únicas do terroir do Vale do São Francisco, o ciclo fenológico da uva encurtado e método de produção em ciclo contínuo da Rio Sol, onde quase sempre se tem uma área da fazenda com uva madura, a vinificação acontece praticamente todas as semanas, resultando na possibilidade de ter no PDV um produto jovem, frutado e muito refrescante.

“O espumante que mais conquistou o paladar dos brasileiros é o Moscatel, por ter um teor alcoólico mais baixo e por ser mais adocicado, porém os Bruts, mais “secos”, também tem um importante fatia de nossas vendas”, finaliza Henriques.