A paixão e a identificação por um país pode vir através do local de nascimento ou por adoção, como é o caso do ex-jogador de futebol, Paulo Roberto da Silva, mais conhecido como Paulinho das Arábias. O esportista de 69 anos nasceu no Brasil, mas tem a ilha caribenha de Curaçao (em seu coração) como sua segunda pátria. Entre 1984 e 1986, o ex-atleta defendeu as cores do Sport Unie Brion Trappers (SUBT) onde tornou-se ídolo. Desde que deixou o tradicional clube curaçalenho nunca mais voltou a ilha.
Essa trajetória foi mote para o minidocumentário intitulado: “
Mi ta bon. Paulinho das Arábias, um artilheiro brasileiro de Curaçao“, que já está disponível no Youtube. A produção foi dirigida pelo jornalista Rennan Rebello, que conheceu o ex-atleta quando ainda trabalhava em um jornal local em São Gonçalo (RJ), em 2018. Ao publicar essa história relatou o desejo delr querer retornar ao Caribe. Assim, um ano depois, Paulinho teve uma grande surpresa, pois sua história chegou ao Escritório de Turismo de Curaçao, que entendeu o quão importante era o amor dele pelo Caribe Neerlandês e convidou o ex-jogador e o jornalista a viajarem até Curaçao.
“Na época, em que conheci Paulinho, ele pintava a parede no estúdio e como eu trabalhava na editoria esportiva, o reconheci e passei a ouvir suas histórias sobre sua carreira, mas Curaçao era um assunto recorrente. Ele falava sobre sua identificação com a população local e mencionava a ilha como sua casa, onde foi feliz, mas teve que deixá-la para jogar na Arábia Saudita. No Oriente Médio ganhou dinheiro suficiente para comprar a casa que vive até hoje em São Gonçalo. Sou grato a Curaçao por ajudar a viabilizar essa produção e, principalmente, por ter realizado o sonho de um ex-jogador que merecia ser mais valorizado em seu próprio País“, disse Rebello.
O foco do documentário foi contar um pouco desse capítulo no destino nos anos 80. Além dessa história, o projeto tem muitas camadas que podem ser exploradas desde o turismo e história até temáticas mais sociais como o trabalho na aposentadoria para sobreviver. A equipe viajou por cinco dias visitando os principais pontos frequentados pelo Paulo Roberto e encontros com ex-jogadores.
“Curacao apoiou o projeto por entender que se tratava de uma história única. O que revela um reencontro sentimental e uma forma de mostrar que Curaçao é muito mais que sol e praia. Onde as pessoas podem se divertir, jogar futebol, visitar museus. Neste caso uma memória do Paulinho quando jogou em nosso país”, revela Hugo Clarinda, Diretor Adjunto do
Turismo de Curaçao.
O proximo passo para o filme será a inscrição em festivais de cinema e a exibiçao em formato de cine debate, já que a intenção do documentarista é proporcionar uma ‘experiência olho no olho’ com os espectadores.
“Por isso, tenho como perspectiva de ampliar a exibição desse trabalho em salas de cinema ou cineclubes para dialogar com o público dentro e fora do Brasil, especialmente com quem curte documentarios sobre esportistas”, pontua Rebello.
“Fiquei muito emocionado desde a primeira comunicação do Renan me avisando que meu sonho se tornaria realidade. Ver minha história, ou parte dela, ser contada num filme, e algo inacreditável“, descreve Paulo Roberto da Silva. O jornalista Renan Rebello tem a expectativa de uma projeção internacional e pensa em viabilizar legendas em vários idiomas, especialmente nos idiomas de Curacao: holandês, papiamento, inglês e espanhol
. “Sonhar não custa nada. Assim, desejo um lançamento oficial em Curaçao, porque seria um gran finale e uma forma de dizer muito obrigado ao Paulinho, ao povo curaçalenho e a todos os envolvidos que tornaram esse curta uma realidade“, finalizou o documentarista.
Mi ta bon. Paulinho das Arábias, um artilheiro brasileiro de Curaçao será lancado oficialmente no Rio de Janeiro ainda no segundo semestre. Além do Escritório de Turismo de Curaçao, participaram do projeto: Gracco Viagens e Turismo, Redescobrindo Ideias & Eventos, Aerolivros Brasil, Somos Moinhos de Vento e Marriott Curaçao Beach Resort. Colaboraram na finalização Narciso Maurício (Imagens) e Mateus Berty e Wemerson Peu de Freitas (Edicao).